O NARRADOR - Parte I
...ele entrou na cidade madrugada
adentro montado em dois cavalos, um pé em cada sela, cinzento e branco:
cavalgando feito vento pelas ruas de todas as intimidades desconhecidas,
atravessando avenidas, percorrendo becos, relinchando nos banheiros, pasto, pastando
em quartos, saltando além dos relógios, por cavalgar, cavalgar, cavalgar:
a cidade esperando, dele, sempre,
um pedido de socorro para levá-lo ao mercado nos seus dois cavalos, feito duas
fotos que se perpassam: na foto dicá, a dilá, na dilá, a dicá: um sentimento
numa, noutroutro sentimento, por cavalgar e contar história do povo reunido na
cidade, na praça da cidade, cavalgando em torno como sempre, é sempre assim, é
sempre assim, quando:
entrando na cidade, ele percorre
a praça em cavalgada, assim sendo, feito duas fotos perpassadas, fotos do tempo
preste tempo nelas, ele travessado disto: fatos revelando no que vão se
atravessando por tempos assim se armando nas travessias de encontros:
imagens indo saindo por toda
revelação dessas fotos diferentes: uma feita de dentes, outra de fantasias: e
dessas fotos se fazendo andar, no encontrar o povo da cidade, na praça da
cidade, lá sempre reunido, assim: e nele:
a cavalgada por que se pode ser
no estar do escolher, por esse mar do lado de lá: e o povo da cidade, no
buchicho, bochichando, entre os dentes, querendo suas sementes: e ele contando
histórias pela praça adentrando nos espaços só por cavalgar, por cavalgar e
cavalgar: eu vim aqui pra lhes contar história do lugar:
Com fraterno abraço,
J. A.
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