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O NARRADOR - Parte I

segunda-feira, maio 18, 2015 José Arrabal 0 Comments Category :

...ele entrou na cidade madrugada adentro montado em dois cavalos, um pé em cada sela, cinzento e branco: cavalgando feito vento pelas ruas de todas as intimidades desconhecidas, atravessando avenidas, percorrendo becos, relinchando nos banheiros, pasto, pastando em quartos, saltando além dos relógios, por cavalgar, cavalgar, cavalgar:

a cidade esperando, dele, sempre, um pedido de socorro para levá-lo ao mercado nos seus dois cavalos, feito duas fotos que se perpassam: na foto dicá, a dilá, na dilá, a dicá: um sentimento numa, noutroutro sentimento, por cavalgar e contar história do povo reunido na cidade, na praça da cidade, cavalgando em torno como sempre, é sempre assim, é sempre assim, quando:

entrando na cidade, ele percorre a praça em cavalgada, assim sendo, feito duas fotos perpassadas, fotos do tempo preste tempo nelas, ele travessado disto: fatos revelando no que vão se atravessando por tempos assim se armando nas travessias de encontros:

imagens indo saindo por toda revelação dessas fotos diferentes: uma feita de dentes, outra de fantasias: e dessas fotos se fazendo andar, no encontrar o povo da cidade, na praça da cidade, lá sempre reunido, assim: e nele:

a cavalgada por que se pode ser no estar do escolher, por esse mar do lado de lá: e o povo da cidade, no buchicho, bochichando, entre os dentes, querendo suas sementes: e ele contando histórias pela praça adentrando nos espaços só por cavalgar, por cavalgar e cavalgar: eu vim aqui pra lhes contar história do lugar:

Com fraterno abraço,
J. A.

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